Proporções

Tartes, donuts e barras empilhadas respondem a perguntas sobre partes-de-um-todo. Numa escala de complexidade, estão um degrau acima dos KPIs, mas servem essencialmente o mesmo propósito: comunicar uma mensagem básica que pode ser usada como referência ou ponto de ancoragem. Estes gráficos devem ser usados em conjunção com outros que adicionam detalhes relevantes.

Alguns autores (por exemplo, Stephen Few) dir-lh-ão que deve evitar gráficos tarte e, em geral, toda a panóplia de gráficos circulares, porque os humanos são menos que perfeitos a comparar partes do círculo. Também lhe dirão que deve usar tão poucos segmentos quanto possível. Como corolário, deve substituir os gráficos circulares por gráficos de barras.

Há uma perspetiva mais equilibrada. Se mudar de gráficos de tarte para gráficos de barra, não está apenas a mudar o tipo de gráfico, está a mudar o tipo de pergunta. Um gráfico de barras não é um gráfico de tarte mais preciso. Ele permite-lhe comparar e orenar valores, mas perde-se a perceção do todo: é difícil perceber que uma barra corresponde a 20% do total (sem ler a etiqueta) ou que as três primeiras barras correspondem a mais de 50% do total. Estas concluisões são facilmente observáveis num gráfico de tarte. Além disso, a precisão da leitura é útil mas não essencial: se “por volta de um terço” é um grau de precisão suficiente, a diferença entre 32% e 34% poderá não ser relevante, tendo em conta o contexto.

O número de segmentos também precisa de uma interpretação menos literal. Pode ser seis ou sete e uma mensagem confusa, ou ter 50 com uma mensagem clara. O que importa é o modo como organiza os segmentos para criar níveis de relevância.

De novo, não se esqueça que, por mais estilizado que um gráfico circular sejam a sua mensagem é sempre limitada. Use-os como porta de entrada para representações gráficas mais nutritivas.

Gráfico donut

Os gráficos donut foram vendidos inicialmente como uma espécie degráfico de tarte que permitira comparar mais que uma série. Esta prática tem vários problemas, e felizmente já não é muito usada. Hoje, um design popular dos donuts é um anel fino onde sobressai um dos segmentos, através do uso da cor e/ou da espessura do anel.

Gráfico de barras empilhadas

Use este gráfico com cuidado:

  • Tem bom aspeto, mas quanto mais séries adiciona, mais difícil é a sua leitura. Na prática, só é fácil comparar a primeira e a última série, porque os valores e cada uma delas partilham a mesma base.
  • Uma solução mais elegante é algo similar às escalas Liker: valores acumulados em dois grupos.
  • Ordene valores e ctegorias por uma chave adequda.
  • Minimize o número de cores: use a mesma cor de base para todas as séries, variando o tom (use uma cor diferente para enfatizar uma série).
  • Se uma entidade tem uma natureza diferente das restantes, enfatize-a ou mova-a para o topo.

O gráfico de laço

O gráfico de laço é apenas um gráfico leve que desenhei (ou pelo menos não tenho conhecimento de outros exemplos anteriores) para representar variáveis em espelho num sistema de entradas e saídas. Um exemplo típico seria o tipo de receitas e despesas num orçamento (receitas correntes e de capital vs. despesas correntes e de capital).

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