Partes de um todo: o gráfico leque

Esta é uma pequena experiência para testar a ideia de comparar proporções de múltiplas entidades em algo que parece um gráfico de tarte. Mantendo a ideia de “todo” comunicada pelo círculo, o gráfico permite observar múltiplas distribuições.

Como pode ver, um sobre-estilizado gráfico de tarte pode ser reduzido a um ângulo e representado apenas com algumas linhas, deixando às leis da Gestalt o trabalho de preencher as partes em falta:

Um gráfico de tarte e uma versão simplificada como um ângulo.

A mesma mensagem, sem gordura. E porque não há texturas ou arcos, podemos sobrepor muitas tartes. Por exemplo, estas representam as proporções de pessoas no grupo etário 65+ em 1996 (esquerda) e 2050 (direita) em 220 países (dados do US Census Bureau). Cada linha indica a proporção deste grupo no total, no país. Por exemplo, em 1996, o país com mais idosos tinha cerca de 20% neste grupo etário. Em 2050 a situação é muito mais diversa, e com maior amplitude.

Sobrepor múltiplas entidade permite-nos observar a distribuição de proporções num círculo.

Também se pode ver como as estruturas etárias estáo a mudar em quatro áreas do globo. Note que, ao contrário dos gráficos de tarte, os segmentos não estão implicitamente sobrepostos, todos têm como referência o topo:

Pequenos múltiplos representando a estrutura etária da população por ano e continente.

Podemos identificar um único país (neste caso, Portugal):

Podemos selecionar um único país e observá-lo no contexto.

Um dos problemas com os gráficos de tarte é que podemos comparar proporções, mas não o volume do todo. Na imagem acima, estamos a comparar países de dimensão muito diferente (Tuvalu e China?). Com o gráfico de leque podemos usar o comprimento da linha para codificar o volume de população.

Voluma da população adicionada ao gráfico de tarte fictício.

Fiz estes gráficos com o gráfico de dispersão, em Excel, caso se esteja a perguntar. Há outras formas mais eficazes de representar estes dados, claro, mas isto mostra como podemos explorar novas formas de o fazer que estão para lá da biblioteca de gráficos. Ao mesmo tempo, coloca desafios que melhoram as competências, tanto na visualização de dados como no uso da ferramenta.