Representação do excesso de mortalidade

O objetivo deste gráfico é permitir visualizar o excesso de mortalidade em Portugal e a sua relação com os óbitos por Covid-19 durante a pandemia.

Para calcular o excesso de mortalidade, é necessário, naturalmente, definir que valor de referência estamos a usar. Na maioria dos casos, é usado o valor médio de óbitos durante o período 2015-2019. Em Portugal, a nível nacional, está disponível o número diário de óbitos desde 2009. Há um claro aumento dos óbitos durante esse período (devido ao envelhecimento da população), pelo que tive em conta essa evolução antes de calcular o valor mediano para esse período (a mediana não é influenciada por valores extremos, o que parece ser útil neste caso, devido à variabilidade no inverno e às ondas de calor no verão).

O gráfico contém diversas variáveis:

  • A linha de referência (mediana do período 2009-2019);
  • O intervalo interquartílico (IIQ, entre os 25% e os 75%), a banda de variação mais estreita, com tom mais escuro;
  • A banda entre Q1-IIQx1.5 e Q3+IIQx1.5 (tom mais claro) o que ajuda a identificar os valores extremos;
  • Os valores semanais em cada ano;
  • Os óbitos em 2020;
  • Os óbitos em 2021;
  • O excesso de mortalidade em 2021;
  • Os óbitos por Covid-19 em 2021;
  • Três indicadores no topo do gráfico, com o excesso de mortalidade acumulado do ano, esse valor em percentagem, e o acumulado de mortes por Covid-19 em 2021.

O que me parece interessante neste gráfico é o modo como podem ser combinadas as formas habitualmente usadas em gráficos (pontos, linhas, áreas e barras) para criar uma representação que não é de leitura demasiado complexa, mas permite que a atenção possa focar-se em diferentes aspetos da mortalidade. Faz também uso de anotações, evitando deste modo a necessidade de legenda.

O gráfico demonstra ainda a flexibilidade do Excel. Em linguagens de programação isto é fácil de fazer, mas noutras ferramentas não é possível.